quinta-feira, dezembro 29, 2005

Em defesa do bom nome

Resta-me o nome e até esse é de pobre.
É em sua defesa que saio à estacada,
a troco de coisa nenhuma, a troco de nada.
Que direito te assiste de gozar quem sofre?

Até a memória de Dulcineia beliscaste
escondido atrás de apócrifo relato.
Sim Dulcineia morreu, que apenas te baste
saber que de morte natural. O seu retrato

enche a carteira que ao peito trago,
que do resto está vazia como sempre.
Fizeste da vida constante estrago,
atazanando a vida a toda a gente.

Quero lá saber se foste toxicodependente,
se andaste a lutar contra moinhos de vento,
te embebedaste em bares de putas ao Intendente.
Digo-te, sem amargura e sem um lamento

que fiz da vida o que a vida fez de mim:
casei e tive filhos e casa para pagar,
hipotecada ao banco... foi mesmo assim.
imensas criaturas to podem confirmar.

Mercedes! Não fora difamação e eu riria,
agarrado à barriga que nunca me faltou,
perdia a compostura, pois não faltaria
motivo para o fazer, mas digo-te que estou

absolutamente idignado, com tanta aleivosia.
O que eu tenho, e que posso claramente provar
é um carrito em segunda-mão, sem garantia
a que faltam ainda vinte letras para pagar.

Que dizer das armas do Kosovo? Efabulação!
Sei que foste contra a Nato. Sempre utópico,
sempre pronto a acender inútil discussão
em torno de qualquer pretexto filosófico.

E essa calúnia inominável da operação plástica?
Direi em minha defesa,morra se minto,que se a fiz
foi porque caí dum eléctrico, não na ginástica,
foi para disfarçar do rosto horrenda cicatriz.

Deus gosta mais de mim do que de ti, dizes.
Pois afianço-te que tal, até agora, ninguém viu.
Quem suporia que, passados os dias felizes,
ias esquecer que sempre dizias: «Deus nunca existiu!»

Não me venhas recordar o tempo de La Mancha,
invejando do pobre escudeiro o burro lazarento.
Olha, esquece que me chamo Sancho Pança,
e que não comparo um cavalo a um jumento.


Sempre atento, venerando e obrigado

o vosso fiel escudeiro melindrado

Sanho Pança

Fim

Quando eu morrer batam em latas,

Rompam aos saltos e aos pinotes,

Façam estalar no ar chicotes,

Chamem palhaços e acrobatas!



Que o meu caixão vá sobre um burro

Ajaezado à andaluza...

A um morto nada se recusa,

E eu quero por força ir de burro!



Mário de Sá-Carneiro,

Com o patrocínio de António Moreira

A lenda do Dragão II


Curioso pelos tempos em que águias e dragões tinham interesses comuns aprofundei a pesquisa sobre S. Jorge. Navegando em
descobre-se um título extraordinário:

"O Ilustre entre os Mártires, o Glorioso e Vitorioso Jorge"

Afinal parece que não estamos em tempo de centenário pois o nome do Glorioso lembra o Brandy Constantino: a fama já vem de longe.
NT

quarta-feira, dezembro 28, 2005

pedro castelhano 2

À procura da Luz

Aqui, nas costas brancas do silêncio, escrevo-te
em surdina não vá o silêncio acordar.

Aqui, entre trevas tristes e mágoas
de pássaro sem abrigo, mas de asa aberta
à luz, escrevo-te pela ínfima vez. Como
se esperasse o apodrecer da semente e
a ameaça serena da flor.

Aqui, neste espaço
sem medida, com a memória prisioneira,
escrevo-te, com todos os sentidos adormecidos.

Nas masmorras da Palavra, apesar de tudo,
há uma sílaba que brilha como se fora
pão e luz, como se fora véu e mãe.

Aqui, ignora Deus para te conheceres melhor.
Alerta a festa para haver um entardecer mais longo.

Aqui, donde te escrevo sem saber de onde,
pega na mão e filtra as carícias como
filamentos frágeis de tão eternos que
nos conduzem até à suprema arte
do silêncio. Afaga a mão como borboleta
antes da morte ou cisne anunciando
Mozart. A beleza é esse instante
roubado ao Tempo.

Aqui, sem espaço
nem memória, escrevo-te, como
se um foco de luz penetrasse na cegueira
e dispensássemos os deuses de saber quem somos.

Amadora, 27.12.05

terça-feira, dezembro 27, 2005

Ainda a morte do dragão (meu caro NT) 2º capítulo


Segundo a lenda, São Jorge , um cavaleiro nascido na Capadócia, salvou a filha do rei da Líbia, que teria sido oferecida como sacrifício ao dragão que ameaçava a cidade. S. Jorge, que justificou o seu acto em nome da expansão da fé cristão, exigiu a conversão de todos os habitantes. De pouco lhe valeu o acto heróico, já que viria a ser morto por ter renegado os deuses do império. Resistiu tão bravamente ao martírio, que o seu acto terá sido determinante para que a mulher do imperador Diocleciano se convertesse ao cristianismo.
O mais curioso é que, segundo Passio Georgii (tida por muitos como apócrifa) o dragão teria sido avisado da chegada de S. Jorge por águias reais. Não sei se teriam sido as mesmas que depois devoraram o corpo do mártir
Longe vão os tempos em que dragões e águias eram aliados contra S. Jorge



Ah já me esquecia este quadro é de Gustabe Moreau e como se vê é a lança que mata o dragão

Alcino Pedrosa

A morte do Dragão (resposta a NT)


Meu caro NT, o dragão foi ferido pelas setas, mas morto pela lança, como podes ver pelo quafro que reproduzo o lado, do pintor Paolo Ucello (1397- 1475)

pedro Castelhano

Queixas de Quixote

Sancho, Sancho, vendeste o burro e compraste um Mercedes.
Disseram-me que casaste com a Dulcineia. *
Como eu, o burro é um animal em vias de extinção.
Eu injectei-me nas veias, no Casal Ventoso, enquanto tu passavas férias em Palma de Maiorca.
Eu suicidei-me, exausto de tanta utopia, enquanto tu prosperavas na Bolsa.
Eu fui sem-abrigo no Martim Moniz, enquanto tu passavas por mim sem nunca me teres reconhecido.
Eu fui operárioo na Expo, enquanto tu especulavas nos terrenos da construção.
Eu, atropelado na Avenida, esperei longa e sofridamente nos corredores do S. José, enquanto tu tinhas médicos e flores e enfermeiras e sorrisos para uma operação plástica.
Eu escolhi o fundo do bar, o mais fundo do bar, a lança perdida no autocarro, com as feridas do sonho por cicatrizar.
Tu sulcavas ondas e compravas tudo em volta: políticos de amanho e gente de passagem.
Tu que nunca pensaste, eras o único pensador.
E a tua mão trocava afagos por anéis.
Enquanto eu protestava contra a Nato, tu vendias armas nas ruínas de Kosovo.
Enquanto eu resistia na montanha, tu praticavas o indonésio em Jacarta.
Eu fui preso enquanto tu jantavas com os que me prenderam.
E quamdo a utopia estava no auge, num tempo breve em que os moinhos de vento eram o nosso maior património cultural, também tu, até tu, desceste à rua a defender a utopia, com o Mercedes escondido na garagem.
E então deste-me um abraço, Sancho.
Iríamos ter a nossa ilha que tu já tinhas comprado. Comprado só para ti.
Eu abandonei os moinhos de vento para combater o betão, o betão com que tu enriquecias.
O betão cresceu, matou a paisagem e a minha lança de tantas batalhas vãs, mal cabe em duas assoalhadas.
Quis oferecer às crianças o sonho, mas as crianças preferiram os teus jogos de computador.
Enquanto eu tinha o senso do amanhã, tu tinhas o bom senso de hoje.
Olhámo-nos tantas vezes nos campos de La Mancha e eu sem nunca ter entendido que o teu burro era mais veloz do que o meu cavalo.
Ai! Sancho, Sancho, Deus gosta mais de ti do que de mim.

*(Nota de Pedro Castelhano: Relatos apócrifos informam que Sancho matou Dulcineia por ciúmes dos moinhos de vento)

Esopo e as águias

Porque o destino das águias nem sempre é tão glorioso como aquele que lhe destinou Eurípides, convém lembrar esta fábula de Esopo, que transcrevemos na versão castelhana:

Estaba un águila en el pico de un peñasco esperando por las liebres.
Mas un cazador le lanzó una flecha que atravezó sus carnes.
Viendo el águila entonces que la flecha estaba construída con sus propias plumas exclamó:
-- ¡ Qué tristeza tener que morir por causa de mis propias plumas !
Más profundo es nuestro dolor cuando nos vencen con nuestras propias armas.

Moral da história: o destino transforma, amíude, a águia de animal predador em perdedor

Alcino Pedrosa

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Uma cultura da desconfiança

A campanha eleitoral para a presidência da República tem revelado, entre os eleitores, a existência de uma atitude de desconfiança relativamente aos políticos, que, apesar de constituir um lugar-comum nos regimes democráticos, não deixa de ser preocupante.
Primeiro, porque estamos perante uma situação, que objectivamente, queiramos ou não, pelo absentismo que a caracteriza, acaba por ferir o exercício do poder político na sua fonte de legitimidade democrática (as eleições);
Segundo, porque esta cultura de desconfiança proporciona o aparecimento de um tipo de políticos, que, ostentando uma auréola de supra-partidarismo e de defensores dos interesses nacionais, se assumem como a única alternativa viável às estruturas partidárias tradicionais, deixando, assim, os destinos do país entregues a figuras providenciais.
Terceiro, consequência do anterior, porque vem acentuar a crise da democracia representativa. Corre-se o perigo de, a curto prazo, se verificar uma redução de democraticidade do poder, tornando-o exclusivo de uma minoria activa, que, se agora se substitui no seu exercício pelo mecanismo da rotatividade, posteriormente o poderá fazer pelos mecanismos institucionais (mais do que constitucionais) e legislativos existentes;
Quarto, porque vem perverter o princípio do exercício do poder, em democracia, ao afirmar o primado do indivíduo sobre o finalidade social da sua acção, abrindo assim o caminho a «quem manda» e não a «quem faz bem».
De posse destes elementos, talvez possamos compreender melhor porque esta cultura da desconfiança interessa a certos candidatos
Alcino Pedrosa

Um alto pensamento - esperando os "reds" de Liverpool

Que me perdoem os azuis e branco, inventores recentes de dragão apocaliptico (incrustado há decénios nas armas da vila branca alentejana), mas não posso deixar de "postar" este belo quão alto pensamento:

"O éter todo se franqueia ao vôo livre da águia."
Eurípides

J. Albergaria

domingo, dezembro 25, 2005

Todos os dias são Natal

Todos os dias são Natal.
Frase tão batida como demais repetidas declarações de boas intenções. Procuramos no fundo do saco do Pai Natal e lá encontramos um grosso album de recordações onde fomos registando todos os desejos expressos ao longo desta e de outras quadras natalícias. A exemplo da medida de salvação nacional que impede sobre os funcionários públicos, também o gestor de clientes da Pai Natal Corporation decidiu, desde há muito, congelar a progressão dos desejos formulados sob o efeito dos sonhos e das azevias.
Escolhi estes dois doces da quadra porque se prestam a boas comparações. Os sonhos todos conhecemos e recorrentemente utilizamos para manter a alma da existência ou a existência da alma. As azias são os resultados dos insucessos das diferentes vias. E não está demonstrado que sejam, sobretudo, da 3ª via.
Não sendo estas palavras uma crónica tipo "Vasco P. Valente" ou "A. Barreto", quero descobrir nelas todo o espaço do mundo para a alegria de acreditar que ainda existem pessoas boas e que muitas coisas boas e mais do que boas estão aí ao virar da esquina, ou do ano.
Para evitar outras interpretações, o "boas" das pessoas não está obrigatoriamente relacionado com parâmetros de natureza táctil ou visual. Estas podem ser características cumulativas mas não são suficientes para desqualificar nenhum dos habituais companheiros da mesa do fundo. O "boas" está mais ligado ao sentido que fazem do que aos sentidos que afectam.
Toda esta prosa tem por objectivo deixar um registo de enriquecimento derivado aos bons momentos passados e degustados lá pela hora do almoço e esperar que 2006 confirme o que melhor dizem dele.
Revejo com agrado a recuperação do lesionado A.M. .Verdadeiro ponto de lança, tem sempre no momento certo o comentário perfeito. Juntamente com G.E. formam uma dupla de ataque imparável... como diria o outro "nem para pensar".
Espero que no V. Natal se tenham rodeado das melhoras pessoas do mundo e que no Ano Novo me continuem a dar o prazer de partilhar a V. companhia. Por muito fugazes que sejam esses momentos de convívio são os mesmos capazes de se tornarem desejados.
Agora vou aproveitar da melhor maneira os 4 minutos que faltam para terminar o dia 25 de Dezembro pois nem sempre todos os dias são Natal.
NT

haikai

Não esqueças nunca
o gosto solitário
do orvalho

Matsuo Bashô,
por via de
António Moreira

natividade a quanto obrigas

Está finalmente a terminar a época sinistra!

Um deslize matrimonial, há mais de dois mil anos, não justificava que ainda hoje se falasse nisso.
Mas as pessoas são assim, sempre prontas a lembrar os erros alheios e a perdoar maganinamente os próprios.

Ultrapassei a tendinite na mão direita, o lumbago deixou de me incomodar, o meu psicanalista já acha que eu tenho razão e que de facto «eles» andam a perseguir-me. O que significa que a Terra retomou o seu curso em torno do Sol e que Gallileu tinha razão.

a.m.

sábado, dezembro 24, 2005

Feliz Natal

A todos os confrades deste blog (mesmo para aqueles que são benfiquistas), os desejos de um Feliz Natal
Alcino

Natal

quarta-feira, dezembro 21, 2005

A alma e o logos

"Por mais longe que vás, não encontrarás os limites da alma: tão profundo é o seu logos."

Heráclito
Filósofo grego
Escola Jónica

J.Albergaria

pedro castelhano

Finalmente descobri como ter acesso ao blog. A minha ignorância é profunda e as leituras não ajudam nada. O tempo é de contenção de palavras e já Quental dizia que o Outono é por natureza a estação mais poética. Como entramos no solstício (o sol estacionário nessa língua bárbara e, porque morta, sem proveito, que é o latim) de Inverno, o solstício repito, no seu auge às 18h e 35 m, acabou o tempo da poesia. No Inverno aconselho o Soren Kierkgaard, o dinamarquês dos sete caminhos e da grande inquietação que passou, como quem não quer a coisa, aos existencialistas. Não há nada como o Natal para nos penitenciarmos do vício do jogo, da comida e de outros prazeres mais privados, substituídos pelo vício do consumo. Benditas lojas chinesas onde, em tempos de vacas magras nos esquecemos da magreza das crianças de olhos em bico, exploradas até à cegueira. Como tudo isto pode cheirar a neo-realismo serôdio -- eu que sempre embirrei com o esquematismo neo-realista -- não falarei da Casa Pia. Um Natal inteiro e íntegro (entre popular e erudito, parecendo iguais são diferentes), para os que nos antecederam. para os ausentes existentes, para os presentes presentes e para os vindouros que acreditamos venham a existir, melhores do que nós, maios felizes se conseguirem ser mais justos, um Natal
cheio de prosperidades e propriedades ( espirituais e outras) a mereceram cultivo que a agricultura, mais do que a poesia, têm direito a subsídios comunitários. Um abraçop fraterno do pedro castelhano

A Sabedoria

"A cidade enche de honrarias e presentes os vencedores das lutas, e contudo nenhum deles é tão digno como eu, pois a a nossa sabedoria é melhor que a força dos homens e dos cavalos. Só um falso costume nos permite julgar assim. Não é justo preferir à sabedoria a mera força corporal. Não é por contar nos seus cidadãos um lutador eminente ou um vencedor do pentatlo ou da palestra, que uma cidade se encontra na ordem justa. E, por maior que seja a alegria pela vitória, nem por isso encherá os seus celeiros."

Xenófanes
Poeta Grego
Escola Jónica

J.Albergaria

terça-feira, dezembro 20, 2005

Feliz Natal, Ano Próspero e...amizade.

Désespoir

As estações deixam, ao passar, a sua ruína,
E pois, na Primavera, o narciso que abre
Só murcha quando a rosa em chama rubra arde,
E as violetas roxas florem no Outono,
E o coco faz no Inverno a neve estremecer;
Assim hão-de florir de novo os lenhos nus
E este barro gris enverdecer de chuva
E dar boninas, que um moço há-de colher.


Mas que dizer da vida cujo mar faminto
A nossos pés escorre, e das noites sem sol
Toldando os dias de que não resta esp'rança?
A ambição, o amor, tudo o que penso ou sinto,
Cedo é perdido, e há que achar prazer tão-só
Nas espigas ressequidas da morta lembrança.

Oscar Wilde
Poemas
Relógio D'Água

Dedicado ao meu amigo João Grego Esteves, cuja ausência faz falta e sente-se.

J.Albergaria

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Cumprindo a Quadra

LADAINHA DOS PÓSTUMOS NATAIS



Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido

Há-de via um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que já não viva ninguém meu conhecido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito



David Mourão-Ferreira, in "Cancioneiro de Natal"



Haja alegria....

Boas Festas,Próspero 2006


JGEsteves

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Citações (continuação)

"Como nenhum político acredita no que diz, deve sentir-se surpreso ao ver que os outros acreditam nele"
Charles de Gaulle
"Ao contrário do que se diz, pode-se enganar muita gente durante muito tempo"
Woody Allen
Alcino Pedrosa

Citações

Seguindo o exemplo do JG e inspirado nesta campanha, pouco alegre, eis algumas pérolas do discurso político:

"A política é quase tão excitante quanto a guerra e tão perigosa quanto ela. A diferença é que na guerra só se morre uma vez"
Winston Churchill
"A politica não é a arte do possível. Consiste em escolher entre o desastroso e o intragável"
John Keneth Galbraith
"Um partido é apenas um eufemismo elegante para poupar um homem carreirista do vexame de pensar"
Magalhães Lima
"Ã campanha presidincial é um misto de concurso de popularidade com o debate de café, tendo como referência uma enciclopédia de clichés"
Groucho Marx
Alcino Pedrosa

Citações

Seguindo o exemplo do JG e inspirado nesta campanha, pouco alegre, eis algumas pérolas do discurso político:

"A política é quase tão excitante quanto a guerra e tão perigosa quanto ela. A diferença é que na guerra só se morre uma vez"
Winston Churchill
"A politica não é a arte do possível. Consiste em escolher entre o desastroso e o intragável"
John Keneth Galbraith
"Um partido é apenas um eufemismo elegante para poupar um homem carreirista do vexame de pensar"
Magalhães Lima
"Ã campanha presidincial é um misto de concurso de popularidade com o debate de café, tendo como referência uma enciclopédia de clichés"
Groucho Marx

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Psitações-7

Ele não sabe nada,e julga que sabe tudo - augura-se-lhe,portanto,uma brilhante carreira política




Escreveu,mais coisa menos coisa,George Bernard Shaw,e trancreve um "escrevinhador" inclinado a ser mais errático.



JGEsteves

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Quem será candidato à Presidência em 2046?

De facto, a argúcia do nosso cobloguista N.T. veio colocar na "ordem do dia" esta ingente, complexa e quão importantissima questão: quem será candidato às eleições Presidenciais no ano de 2046?!...

Será Alegre?...
Será Louçã?
Será Jerónimo?
Será Anibal Cavaco Silva?
Ou até, mesmo, Garcia Pereira?

Creio bem poder afirmar, com quase total certeza, que, Mário Soares - não o será.

Por não ter idade? ou por ter idade em demasia? Transcendentes questões - que só o tempo esclarecerá - em definitivo.

Mas se me ponho para aqui a discorrer sobre esta incontornável matéria (as eleições Presidenciais em 2046) que fazer destas, outras, eleições que se vão realizar em 2006 (40 anos antes daqueloutras, essas sim - essenciais para o rumo a seguir pela Pátria em demanda dum projecto nacional, patriótico e galvanizador das energias dos herdeiros dos nautas e dos serranos lusitanos!)?

Esta é pois a momentosa questão, a préclara situação que se nos coloca diante dum horizonte curto (porque as vistas também não são muito largas...) e que é necessário, quando não mesmo obrigatório, responder dum modo brancoroso - ao estilo prémio Nobel.

Aqui vai pois a minha opinião: não há saida para quem, como eu, já votei em quase toda a gente (toda?...salvo seja dalguma tentação expúria!).

Vou, pois, votar CONTRA - que é o único voto aceitavel em democracia. Como diziam nuestros hermanos anarco-sindicalistas: há governo- sou contra! Isto é um chiste - que me permite segurar a minha tese.

No dia 22 de Janeiro de 2006, porque não gosto (é o meu direito) de Anibal Cavaco Silva (não gosto do jeito, nem do trejeito, nem da história, nem da filosofia, nem do que ele não diz e esconde...); porque não entendi o alcance da candidatura do poeta de O Século; porque não se me escapará o voto para o stalinista travestido de simpatia (falo do "camarada" Jerónimo e, por cerimónia, peço-vos para não o confundirem com o bravo chefe indio), nem para o trotsquista travestido de esquerda caviar, chic (o "irmão" Louçã), não me resta outro modo de me manifestar: voto CONTRA!

E isto quer dizer simplesmente que, uma vez mais, votarei Mário Soares, com a presunção que estará em Belém melhor que qualquer dos candidatos em presença e, particularmente, que Anibal Cavaco Silva.

E mais não digo, que a prosa já vai longa e ainda me arrisco a ensarilhar as ideias com os sentimentos.

J. Albergaria

domingo, dezembro 11, 2005

As coisas estão a mudar

O Glorioso arrasa
O Idoso apanha
O campeonato aquece
Assim como a campanha.

Não enterrem as feras em vida
Corrijo, desde já, para evitar azias
Não enterrem a águia
Nem o mandatado da Amaral Dias.

Boa semana de trabalho.
Os lagartos que se cuidem que o Natal aproxima-se a pontos largos.

NT

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Desejos de Natal

Porque o Pai Natal ainda não colocou no seu site os formulários próprios para a encomenda dos presentes desejados tive de recorrer à cada vez menos usada técnica de escrever cartas.
Tão cada vez menos usada que não sei se, dentro em breve, vai ser possível continuar a editar obras baseadas em cartas escritas a...
Voltando aos presentes desejados. Um já cá canta!
O glorioso está entre os melhores da Europa à custa do MU.O futebol tem destas coisas. Quando pensamos que não estamos a jogar nada, ainda aparece uma equipa que joga pior (35ª lei de Murphy).
Outro dos meus desejos vai para coisas mais terrenas, mais crediveis, mais sensatas, mais plausiveis,menos do reino do inacreditável e do faz de conta.
E para isso admiráveis convivas da mesa do canto, onde me dão a sempre tão desejada oportunidade de partilhar as vossas tão vividas e encatadoras experiências,preciso da melhor colaboração daquele que se sentir nas condições ideais.
O desiderato é o seguinte: arranjar de entre vós um mandatário para a juventude que queira subscrever a minha candidatura a PR nas eleições de 2046.
E com este desafio, que mais não é que uma forma actualmente correcta de dizer que espero continuar por muito tempo a aprender como se faz a vida e a história, ou a história da vida, com os ilustres cavaleiros da tertúlia do Bond, desejo a todos um Bom Natal e um Ano Novo com um ...novo PR.
Já agora e terminando por onde começei. Luis F. Vieira no seu melhor "Nesta equipa não há insubstituiveis".
Pois não! São todos substituiveis.
NT

sábado, dezembro 03, 2005

Citações

"O aborrecimento é a raiva sem entusiasmo"
Isabel Allende,"O plano infinito"

"Liberdade significa nada mais a perder"
Lynn Sharon Schwartz, "The fatigue sindrome"

"Um pouco de luz vale mais que muitas trevas"
Paul Claudel

Alcino Pedrosa

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Reprov(oc)ação

E pronto! Fui pro_Vocado. Por um provocador, pelos vistos, com vocação (e acredita ele com razão). Ele e não só ele, já que eu, não assumindo essa qualidade de ilustre, concordo com a sua pro_vocação, dada a tibieza que tenho demonstrado. Compreensível, de resto, se pensarmos que pouco sei mais do que soletrar.
Mas, porque revelas nos teus comentários espírito agudo e crítico, amigo Albergaria, ajuda-me a resolver esta minha dúvida?. Como é que um blog, que tem, entre os seus colaboradores, tanta gente ilustre se reduz aos posts de dois "escrevinhadores", que, por sinal, são os mesmos que fazem a maioria dos comentários? Estamos perante um blog em circuito fechado? Ou, então, de um mono(b)log, o que, a ser aceite, pode criar um facto blogueiro novo. Sério mesmo, uma última provocação, que não espero seja entendida como repro(oc)ação: a continuar assim, faz sentido manter o blog
E pronto já respondi! Sem lustre, mas também ão deslustrando

Alcino Pedrosa