quarta-feira, agosto 31, 2005

Tinha que ser hoje

ESPERA SEMPRE


Entre os anos,a morte espera sempre,
qual uma árvore secreta que sombreia,
de súbito,a brancura de um carreiro,
e vamos caminhando e surpreende-nos.


Então,na orla da sua sombra,
um tremormisterioso nos detém:
olhamos para o alto,e nossos olhos
rebrilham,como a lua,estranhamente.


Como a lua,na noite penetramos,
sem saber onde vamos,e a morte
em nós vai crescendo,sem remédio,
com um doce terror de fria neve.


A carne decompõe-se na tristeza
da terra sem claridade que a sustém.
Ficam somente os olhos que interrogam
entre a noite total e nunca morrem.



José Luís Hidalgo,traduzido por José Bento,in Antologia de Poesia Espanhola Contemporênea,e trazido hoje para aqui pelo
JGEsteves

Psitações - 1 *

Tal como as putas,os heróis nunca o são sempre


André Malraux





* Dos dicionários: Psitacismo - repetição mecânica de palavras e frases,semelhante à de um papagaio




JGEsteves

terça-feira, agosto 30, 2005

A citação do dia

"Um povo é tanto mais elevado quanto mais se interessa pelas coisas inúteis - a filosofia e a arte."

Gilberto Amado

(J.Albergaria)

sábado, agosto 27, 2005

Caminhando

"Caminero, no hay camino. El camino se hace caminando."
António Machado

Poeta da Espanha republicana
Morto de tristeza, no exilio em França

Caminhando

Nao há caminho

O viandante desloca-se
Ao longe, em demanda
Do lugar, brando poente
Azul maritimo, verde andaluz

No caminho inquieto
Tropeça na ausência
Dos trilhos irredutiveis
Que levam a lugar nenhum!

Companheiro, a sina
È sempre igual:
"Caminhante, nao há caminho
O caminho faz-se
caminhando!"

Andaluzia, 2005

José Albergaria

sexta-feira, agosto 26, 2005

Nao resisto...A citaçao de...férias.

"Yo soy yo y mis circunstancias, y si no las salvo a éstas, no me salvo yo."

Ortega y Gasset

(J.Albergaria)

domingo, agosto 21, 2005

(S)em jeito de provérbio

"Muitas doenças tinha eu quando era rico,dizia um fidalgote falido lá de terra"


Almeida Faria, in "A Paixão".


Espero que caiba na colecta do António Moreira.




JGEsteves

sábado, agosto 20, 2005

Camões dirige-se aos seus contemporâneos

Podereis roubar-me tudo:
as ideias, as palavras, as imagens,
e também as metáforas, os temas, os motivos,
os símbolos, e a primazia
nas dores sofridas de uma língua nova,
no entendimento de outros, na coragem
de combater, julgar, de penetrar
em recessos de amor para que sois castrados.
E podereis depois não me citar,
suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
outros ladrões mais felizes.
Não importa nada: que o castigo
será terrível. Não só quando
vossos netos não souberem já quem sois
terão de me saber melhor ainda
do que fingis que não sabeis,
como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,
reverterá para o meu nome. E mesmo será meu,
tido por meu, contado como meu,
até mesmo aquele pouco e miserável
que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos,
que um vosso esqueleto há-de ser buscado,
para passar por meu. E para outros ladrões,
iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.

Jorge de Sena
[Lisboa, 1919-1978]

Sobre a liberdade...

A liberdade, quer seja a nossa, indivdual, ou a dos Povos, colectiva, é a SOMA e o RESTO das dependências - muitas das vezes desejadas ou... necessárias!

José Albergaria

PS- Vou de férias (oito dias) e, portanto, deixo d'escrever e de vos ler irmãos "maprilistas": espero, quando voltar, ter muito para LER (a.m., Castelhano, João Grego, Rogério e etc.). Um abraço d'amizade!

quarta-feira, agosto 17, 2005

Hoje sinto-me irrequieto..e vivo!

"E gosto das pessoa modestas porque os sinais interiores de riqueza me comovem."

António Lobo Antunes
do Livro de Crónicas
Novembro de 1998
Publicações D.Quixote

(J.Albergaria)

A citação do dia

"Nós temos a tarefa irrecusável e profundamente séria - de fazer coincidir o mais estreitamente possível a Palavra com o que sentimos, com o que vemos, com o que pensamos, com o que imaginamos, com o que raciocinamos."

Goethe

(J.Albergaria)

Alegoria da Amizade

Muito já se escreveu sobre a amizade.

Muitos sábios, filósofos, matemáticos, geógrafos, pintores, romancistas, poetas, políticos, guerreiros, reis e imperadores já discorreram sobre supino tema.

Não é pois meu propósito "inventar" ou "inventariar" o quer que seja sobre este impressivo sentimento.

Quero tão só dizer, deixar registo, em "papel" étereo da blogsfera, que TODOS OS MEUS AMIGOS SÃO IMPERFEITOS!

A amizade não se questiona, não se agradece, nem se exalta: defende-se SEMPRE e em qualquer circunstância! Ou dito doutro modo: os amigos não se questionam!

Em passe recente do meu vivenciar tive que exercitar esta modesta arte da defesa do AMIGO ou do fraterno "irmão"!

A imperfeição dos meus amigos permite-me "conversar" sobre tal qualidade, ou aquele disconforme defeito - com os próprios, mas NUNCA por interposta pessoa!

A um amigo pode-se dizer TUDO!

A um amigo nunca se deve, nunca mesmo, faltar com a AMIZADE!

Aqui quero, pois, exaltar a IMPERFEIÇÃO dos meus amigos o que me permite DIZER que sou um dos homens mais afortunados da Amadora, porque tenho a maior das riquezas que se pode ter: amigos HUMANOS!

E mais não digo.

José Albergaria

terça-feira, agosto 16, 2005

outro provérbio

Dá Deus o frio conforme a roupa, mas mais a quem tem pouca.

a.m.

provérbio

Deus é grande, mas o mato é maior.

Posted by me, a.m.

castelhano

1. provérbio da minha mãe: A semente mais grada é a da língua.

Um nocturno do P
edro Castelhano

Vem, noite,
como se fosses o ventre que me pariu
e eu nunca tivesse lido Pessoa

Vem, noite,
que ignoro o nome das estrelas
e mal distingo a luz
qaundo o orvalho se acolhe nas árvores

Vem, noite,
como esquecimento
e em ti me esquecesse
do que sou

Vem, noite,
mesmo que depois
a clara manhã
seja de ignomínia

Vem, como se não tivesses
nem braços nem olhos

Vem, rosa negra
do meu silêncio
mãe dos cegos e de todos
os que já estão cansados de ver

Vem, noite,
mesmo no ruído
mesmo ferida pelo fogo
e pela efémera invenção da luz

Vem, noite,
com trevas a que a todos nos iguala
inebria, fascina
tortura e mata

Vem, noite,
do longe que não cabe na distância
mensageira da loucura dos deuses

Vem, noite,
e liberta-nos da euforia da luz

Mata-nos de vez

Algures em Trás-os-Montes, Agosto 2005

A actualidade dos "Clássicos"

Por imperativo pessoal, tenho "dedilhado" Cesário e Eça de Queiros.

Espanta-me ainda a "actualidade" destes Mestres, clássicos como soe dizer-se.

O que colorido nome tinha, negociante de "primeurs", de frutas e d'uvas de mesa, que produzia em Linda-a-Pastora, exportador para Liverpool e Londres arrenegava os de Madrid e a sua malsana concorrência.

Hoje carpimos muito das nossas miséria e incompetências à pala dos espanhóis e da sua malsana concorrência!

O que inventou os tiques e os toques "queirosianos", esse, falava com o seu lirico realismo, na obra-prima que é a Ilustre Casa de Ramires, ali p'ros lados de Coimbra, de Portugal como personagem, comparando-o ao perfil e aos humores do fidalgo Gonçalo Ramires, descendente de casa mais antiga qu'á Pátria deu reis!

É simplesmente notável o "prosear" d'um e do outro sobre a Pátria e sobre os portrugueses!

Mas, então, se já passaram mais d'um cento d'anos, desde essa escrita venerada, como nos mantemos, ainda hoje, nos mesmos estados d'alma!

Fatalidade?, falta do 5.º império?, necessidade d'um D. Sebastião, que nos estique os brios e nos chocalhe a imaginação?...

Pode ser tudo isso! Mas, o que temos como certo ao reler Cesário Verde e Eça de Queiros é que, nos finais do Século XIX, a "classe política" não era companhia recomedável para nehuma senhora de bem e de cristãos costumes!

Hoje, como anteontem, vamos parar sempre à porra da "classe política"!

Não haverá maneira, pergunto eu, de dispensarmos a "classe política", que digo eu, ficarmos sem ela - aí e só - por apenas um cento d'anos?

Talvez assim, porventura deste modo, poriamos Portugal na senda do progresso, do desenvolvimento sustentável e, porque não, nos trilhos d'uma nova aventura maritima, sem arrogâncias, sem barbárie e sem falácias vãs!

A bem da Pátria, disse!

José Albergaria

segunda-feira, agosto 15, 2005

Citação do dia

"Não vale a pena fazer seja o que for pelo mundo presente. O que agora subsiste, pode num instante morrer. Temos de trabalhar para os passados e para os vindouros: para aqueles, a fim de lhes reconhecer os méritos; para estes, a fim de procurarmos elevar o seu próprio valor."

Goethe

(J.Albergaria)

quinta-feira, agosto 11, 2005

Estrofes pagãs

Afonso Duarte
[Ereira, Montemor-o-Velho, 1884-1958]


Antestrofe

Da névoa nos desperta o sentimento
E é forma indefinida:
É força dum mistério e num momento
Espírito da vida.

Estrofe I

Dentre os ciclos da Treva se desbrave
O antigo caos da Sombra desmedida:
E viva em nós melódica e suave
Toda a beleza cósmica da vida.
Que o fulvo e astral encanto das searas
Dos astros e da terra, em seu fulgor,
De altas estrofes, lúcidas e raras,
Mova em nós vivos cânticos de amor.
Da minh’alma às genésicas pinturas
Do fogo das origens me responda
Sua orquestra de ousadas aventuras.
E em livres sentimentos de alto verso,
O meu verbo se anime e corresponda
Nas múltiplas escritas do Universo.

Estrofe II

Do largo e antigo imaginar profundo
Removam-se as proscritas maravilhas:
─ Aparências fantásticas do mundo,
─ Monstros do Mar sulcando à flor das ilhas.
Repassados de artísticos compassos
Aos flavos Sóis e aos tempos vos semeie,
Minha bátega fluida de pedraços,
Forte rima de versos que ideei.
Que o engenho do meu cântico se afoite
Às invocadas órbitas da Noite
Em que me envolve o espírito da vida.
E da força-mistério, no tormento
Da névoa, me desperte o Sentimento
Da grande fé que trago indefinida.

Estrofe III

Era um denso monte de florestas
De altos cedros de aspecto carregado,
Sem perfumes de flor, um monte dado
A rios de sombras lúgubres, funestas.
Já dos lúbricos céus, do fundo espaço,
Vinha o Luar dum fogo apetecido;
E a Sombra dava às terras um compasso
De músicas pagãs amortecido.
E por sítios agrestes que tomara
Para cuidados de alma compassivos
Da discussão das coisas que buscara,
Tomei por essa noite colorista,
Sonâmbula de efeitos primitivos,
Por uns instintos bárbaros de artista.

Estrofe IV

Os seixos dos regatos se moviam
Pelos leitos arientos, sorvedoiros,
E voluptuosos da água se faziam
À música nocturna dos agoiros.
Na miragem dos túrbidos pauis
Olhavam-se pacíficas, errantes,
As estrelas dos paramos distantes
Sob o lúbrico olhar dos céus azuis.
Das árvores e rocha ao som do vento
Tudo ali me responde em redondeza:
Que sonhava em seu vasto ensinamento,
De tão vívida e livre, a natureza
Caber-me toda n’alma e pensamento
Em paisagens de amor e de beleza.


Estrofe V

Estava à maravilha, estranho amante,
Em minhas sete-quintas, e, palácio:
Tinha os astros de meu, profundo espaço e o
Côncavo da alta noite edificante.
Do amor flosofavam-me no peito
Rimas de oiro lavradas, os glossários
Da palavra das coisas e o respeito
Do silêncio dos cedros mortuários,
Quando, ao fundo das árvores do monte,
Mais para a sombra donde me ficava
A clareira da névoa do horizonte,
Apercebi na mente irrequieta
Dos longes uma voz que me embalava
Dest’arte, fortemente, de Poeta:


Estrofe VI

«Eleita e bafejada trancendência:
Homem, fera real, naturalmente
Da mímica das coisas viva essência
Por séculos cuidada ocultamente,
Que lugares da Terra vens buscando
E figuras de estilo te consomem?
Que ar de alma, aveludado e leve e brando,
Do sopro das paisagens te fez Homem?
Que castelo de sonho e fantasia
Que andas velho moiramas a aventar?
Grande vivo de amor melancolia,
Tu tens um coração peninsular
Como um rochedo em bronca penedia
Debruçado nos côncavos do Mar».


Estrofe VII

«Dum bálsamo suave de perfumes,
Tomada de imprevistos, visionária,
A tua alma recorda-me altos numes
Duma heróica beleza antiquária.
Dentre o iletrado encanto das paisagens
Aprendes as palavras que procuras;
Vendo as rezas das seivas que reagem,
Teus olhos são dois lagos de venturas.
Mas força é deste século, ó Mortal,
Ò bárbaro dos brejos e das árvores,
─ Fidalga maravilha universal
É que à torva bruteza empedernida,
Às quebras da água, ao longe, aos frios mármores,
Arranques todo o espírito da vida».


Estrofe VIII

«Vê que tragos de instintos primitivos
São alma da tua alma tão parentes,
No seio geometral dos cristais vivos,
Nas andadas soturnas das sementes.
Vê como as águas fazem sua ideia
Dando aos rios por íntimos trejeitos
Um todo cumprimento de respeitos
Quando as marés preguiçam pela areia.
E, olhos em Deus, levanta à rocha dura
Um cântico de versos naturais,
Que a pedra é fidalguíssima estrutura,
Muito mais familiar do que os metais;
Alma de antigo tempo, alma futura,
É o mármore carnal dos imortais».


Estrofe IX

«Vendo o espaço amovível da amplitude
De um contorno de altíssimas montanhas
E as belezas fantásticas, estranhas,
Do relevo virtual que nos ilude;
Olhar de um fogo de alma apreensiva,
A um tempo visionário e logo sábio,
Na íntima comunhão, do verbo e lábio
Do inânime brutal à vida-viva;
Sem os mitos da torva heroicidade
Canta qual Sileno mantuano
O plástico viver da imensidade.
Aprende amar dest’arte, ó todo artista,
Num bálsamo suave e sobre-humano
O grande amor da Terra-panteísta».


Sugestão do A.M. para uma longa noite de insónias.
P.f., façam o favor de não aplaudir, senão reincido.

Afonso Duarte
[Ereira, Montemo-o-Velho, 18884-1958

quarta-feira, agosto 10, 2005

Poemitas V (a irresponsabilidade persiste...)

O sentir é coisa vã

Abraçaste-me d’amizade
Senti teu corpo fremente
Fiquei como demente
Sedento da tua bondade

O sentir é coisa vã
O qu’ importa primeiro
Tal flauta de pã
È o vibrar verdadeiro

Andava feito madraço
Nas vielas da vida
Em safra comedida
De corpos de papel almaço

Ao teu tacto,

Rosto incandescente,
Corpo ensandescente
E, de jacto, o mor impacto!


J. Albergaria

Poemitas IV (continuação da irresponsabilidade...)

“A morte é a curva da estrada. Morrer é só não ser visto”*

Tempo em que bastava ser
Na curva da estrada aos ais!
São mais, muitos mais
Aqueles que não alcançaram ver

Tempo outonal
Estonteante senectude
Inebriante quietude
Corpo feito pantanal

Ternura dos descendentes
Saudade d’amores competentes
Colheitas imperfeitas

Batalhas incontáveis
Desamores improváveis
Em quimeras rarefeitas.

J.Albergaria

*Fernando Pessoa



terça-feira, agosto 09, 2005

Paradoxo

Se o campo tem um ar tão puro, como dizem, porque não constroem lá as cidades?

Alphonse Allais
(a.m.)

Citação do dia

"Assim como em Roma, além dos romanos, havia ainda um povo de estátuas, assim também, para além deste mundo real, existe ainda um mundo de ilusão, em volta de nós, muito mais poderoso e no qual vive a maioria."

Goethe

(J.Albergaria)

segunda-feira, agosto 08, 2005

O teu jeito simples de ser

Visitei o medo nos caminhos abertos
Pelas manhãs um círculo de um cento de sons
Com feixes secos de fogo súbitos fracos
O rio mais pequeno que conheço desde que sou
Companheiro do sofrimento e da fadiga
Minha amada couberam formas na vertical
Suspensão do silêncio. Cheiro a névoa
Obscuro pasmo carnal. A petiscar a morte
nos que dela próximos estão.
Cerramos as palavras de encontro às pedras secas.
Amigos, nós somos negras ou brancas sombras da morte.


António Moreira, do inédito Arte de Roubar Versos, no caso vertente roubados do Livro de Visitas de Rogério Rodrigues.

pensamento do dia

Temos que deixar de ser egoístas e pensarmos um pouco mais em nós próprios.

a.m.

sexta-feira, agosto 05, 2005

As causas de J.P.P.

Começo por dizer, como Eduardo Lourenço diz excessivamente de Pessoa, que Pacheco Pereira é uma homem duma imensa cultura, inteligente, mas continua a ser, no meu entendimento, aquele militante "sem pudor" da década de 70.

Agora escolheu, no seu blog abrupto a causa da OTA. Ou, melhor dito, escolheu o pretexto da OTA para malhar, forte e feio, no Governo de José Sócrates!

Tem vindo, nos últimos dias, a coleccionar, sistematicamente, "n" estudos publicados em "n" blogs que, suponho eu, malham igualmente na opção OTA do actual Governo.

1.ª Reflexão - Quando o Governo de Durão Barroso apoiava a OTA e o TGV (é curioso que JPP fala pouco do TGV!...) não se ouviu nenhum zumbido no abrupto de JPP (eu, não me recordo de tal...) sobre tal tema;

2.ª Reflexão - Saberá, porventura, JPP que o Professor Marcelo Caetano, em 1969, quando Presidente do Conselho de Ministros do Governo recebeu um Relatório de milhares de páginas, com considerações de carácter técnico, económico e etc. sobre o NOVO Aeroporto Internacional e, curiosamente, os dois locais selecionados nesse relatório (de 1969, entenderam bem os meus possíveis leitores, e pasme-se!): OTA e RIO FRIO!

3.ª Reflexão - Tenho a certeza que JPP sabe qual foi a escolha de então. Não sabe? Eu digo: RIO FRIO!

Conclusão: Todo a gente sabe (creio eu) porque é que se escolheu hoje a OTA em detrimento de RIO FRIO e toda a gente (creio eu) sabe que quem recuperou o dossier NOVO Aeroporto Internacional foi, exactamente, o Ministro Ferreira do Amaral! De que Governo? Do actual Governo do P.S.? Errado! Do melhor (?!...) Governo do Professor Cavaco Silva (aquele "não candidato" a Presidente da República e que sabe muito de economia e finanças!). Não acreditam? J.P.P. não tem estas informações? Acreditam nisso?

Eu nem me passa pela cabeça que J.P.P., homem de cultura enciclopédia, com 90 000 livros na biblioteca da Marmeleira, a trabalhar 24 horas por dia nos jornais, nas revistas, nos blogs e etc., não tenha estas informações que vos ofereço nesta minha modesta reflexão.

Agora, eu gostaria de debater um NOVO DESÍGNIO para Portugal, uma Nova Ideia para Portugal e, dentro desse debate, discutir a OTA e o TGV e as opções estratégicas para a Economia e para os Mercados preferenciais: a Ibéria, os PALOP's, as Américas e saber quanto custam as nossas missões com militares no Iraque e no Afeganistão (eu também desejo sorte e saúde aos militares portugueses que estão a defender o Aeroporto de Cabul).

Acho que esse é que deveria ser (na minha modesta, pequena e pouco informada opinião) o GRANDE debate a travar pelo Povo, pelas Élites (todas as élites: políticas, culturais, científicas e técnicas, sociais, religiosas e etc.) e nos próximos DIAS.

Disse.

José Albergaria

quinta-feira, agosto 04, 2005

Citação do dia

"Os opositores crêem que nos refutam quando repetem as suas opiniões e não levam em conta as nossas."

Goethe

(J.Albergaria)

quarta-feira, agosto 03, 2005

Puro enxofre

Tu tens,graças a Deus,dois bons pulmões.
Se fumas não te miam.E é catita
Também o coração.Quando te pões
Gingando ao querer valsar,nunca se agita.



Até tens bom nariz pra o ar imundo,
Nas favas provas químicos valentes,
Pão sem farelo põe-te furibundo,
Por dia lavas seis vezes os dentes.


Mas uma voz te assusta noite fora,
Que diz:"Falhaste em todo esse caminho.
Mais vale o pó do enxofre meia hora
Que dez anos de ar puro mas tolinho."




Escreveu Gerrit Komrij em "Uma Migalha na Saia do Universo",traduziu Fernando Venâncio,e,do "ar puro mas..." de férias campestres, colheu para os amigos o JGEsteves

segunda-feira, agosto 01, 2005

provérbio

Dá Deus o frio conforme a roupa, mas mais a quem tem pouca.

a.m.