segunda-feira, julho 25, 2005

O regresso do "velho" senhor à política activa

Mario Soares é uma espécie de caixa chinesa: quando se abre não mais para de nos surpreender.

Com a saída de António Guterres para as Nações Unidas, a esquerda ficou sem o seu candidato "natural" à Presidência da República. Todas as outras hipóteses aventadas (Ferro Rodrigues, António Vitorino, Manuel Alegre e, mesmo até, Freitas do Amaral...) por esta, ou aqueloutra razão, foram sendo diminuídas, apoucadas, ou até postas fora do baralho!

Eis que, tal D. Quixote, sempre pronto para uma boa bravata, sempre disponível para lutar pela honra de sua dama, montado no seu "rocinante", o "velho" senhor vai arremeter contra "os moinhos de vento" personificado ainda pelo "não candidato" do centro-direita, Anibal Cavaco Silva.

Soares sempre se pelou por uma boa briga.

A direita está a subestimá-lo e a diminui-lo, através da idade.

Goste-se, ou não, do personagem - há que reconhecer que não lhe falta coragem, onde a outros sobra vaidade, egoísmo e até mesquinhez aritmética, mais preocupados com carreiras, negócios e dinheiro...muito dinheiro!

Saudemos pois esta disponibilidade do "velho" senhor para uma boa briga, em torno dum lugar que, tudo o indica, não é tão desprovido de interesse, poder e virtudes como, noutras estações, alguns comentadores o quizeram demonstrar.

O usso recente que o actual inquilino do Palácio de Belém dele fez - está ai para o atestar.

O argumento de que é preciso saber d'economia e finanças para ocupar tal cargo - caí por terra, porque o Dr. Mário Soares já foi Presiodente da República durante dez anos e desempenhou-se muitissimo bem dessa nobre missão e nesse importantissimo cargo!

Vamos esperar pelas cenas dos próximos capitulos.

Mas lá que a direita ficou aturdida com a entrada na corrida do "velho" senhor... lá isso ficou!

J. Albergaria