quinta-feira, julho 21, 2005

DE BESTA A BESTIAL

Ontem, 20 de Julho de 2005, enquanto jantávamos fomos confrontados pelo pedido de demissão do Ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha e pela consequente nomeação de Teixeira dos Santos para o respectivo cargo.

Depois de tornada pública a substituição no Ministério das Finanças, e num ápice, toda a oposição ao Governo de José Sócrates, comenta o facto político da noite.

E, por incrível que pareça, toda a oposição é unânime em afirmar que a saída de Luís Campos e Cunha “ é um Profundo abalo na credibilidade do Governo” e “ um péssimo sinal para os agentes económicos nacionais e internacionais” e que, o agora, ex-ministro das Finanças, era um excelente ministro e que as suas políticas financeiras serviam os interesses do país…

Estou equivocado ou foi esta mesma oposição que acusou ferozmente a política financeira levada a cabo pelo ministério das finanças, que acusou o ex-ministro de não ter moral para pedir sacrifícios aos Portugueses quando acumulava vários rendimentos, que o acusou de estar a brincar com os Portugueses – em suma não lhe deram um dia de descanso desde o dia da tomada de posse. Enfim, as habituais diferenças de discurso conforme vão servindo os interesses de uma demagógica, sem credibilidade e irresponsável oposição.

O meu comentário sobre a saída de Luís Campos e Cunha do Governo:

Sempre fui da opinião que a passagem de Luís Campos e Cunha pelo Ministério das Finanças seria breve mas premeditada, isto é, estava previsto desde o início que depois de analisada a real situação económica do país, da apresentação do orçamento rectificativo e agora, depois da Comissão Europeia conceder a Portugal a possibilidade de corrigir, sem consequências, o défice até 2008, Luís Campos e Cunha tinha concluído o seu trabalho no ministério das finanças, dava o seu lugar a outro e retornaria ao Banco de Portugal.

Importa ainda reter, que num dos seus últimos comentários ao programa de investimentos do governo, ele, em jeito de despedida, refere-se à importância do investimento para a economia do país mas, deixa como legado ao seu sucessor, a preocupação da análise rigorosa e criteriosa dos projectos de investimento público – assim o seu sucessor saiba dar continuidade ao trabalho desenvolvido – uma coisa é certa, o agora ministro das finanças tem a vida facilitada.

Luís Campos e Cunha cumpriu a sua missão!


Ricardo Faria