terça-feira, setembro 27, 2005

O poeta saiu do seu quadrado....

Manuel Alegre, como político, há já muito tempo que deixou de nos surpreender.

Recordo-me como, jovem militante do Partido Socialista, pelas vésperas de 1975, conseguiu segurar o Partido para Mário Soares - contra a deriva interna, esquerdista, de Manuel Serra.

Lembro-me de Manuel Alegre, homem no poder, Secretário de Estado das Comunicações, coveiro, sem honra nem glória, do Século, jornal de referência, fundado por esse vulto insigne da República que foi Magalhães Lima.

E hoje como se coloca o nosso homem no território da política?...

Enche a boca de ética republicana, d'urgência renovatória das lideranças políticas, de premência da moral e da amizade sobre a eficiência da intervenção política e partidária.

Este discurso compagina com um minimo de coerência que seja com o passado antigo, ou com o passado próximo, do nosso enorme vate d'Águeda? Nem um bocadinho!

Eu acho mesmo que, os poetas, se deviam dedicar exclusivamente à poesia. Perguntar-me-ão: e então a cidadania activa? O direito de qualquer cidadão intervir nos assuntos da cidade, da res publica?

Eu remeto-vos preclaramente para o notável exemplo de Rui Veloso. Este último, nestas eleições autárquicas apoia: Seara, em Sintra; Carmona, em Lisboa;Assis, no Porto e etc. Como é que ele explica isto: "Como dever de cidadania e como único critério de apoio - a fiabilidade dos candidatos".

Este deveria ser o território dos poetas, dos cantautores e dos cantores.

Acho que Alegre deveria deixar-se contaminar por este bom exemplo.

Se for mesmo avante com a sua candiadtura à Presidência da República, como anunciou recentemente em sessão pública autárquica, na sua terra natal, ainda se arrisca - durante a campanha eleitoral- a que seja questionado sobre o seu papel no encerramento do Século e sobre o seu silêncio relativamente ao processo que enxopvalhou o bom nome do seu "amigo" Edmundo Pedro!

Em política, como na guerra e no amor, vale quase tudo - menos beliscar a honorabilidade dos adversários políticos.

Saberá Manuel Alegre do que estou a falar?

Os próximos capitulos serão, ou não, esclarecedores.

J. Albergaria

1 Comments:

At 27 setembro, 2005 19:46, Anonymous Anónimo said...

Meu caro Albergaria:
A resposta veio e não posso deixar de dizer que estou na mesma onda onde navegas. De facto, tens razão: "Em política, como na guerra e no amor, vale quase tudo - menos beliscar a honorabilidade dos adversários políticos".
Por isso, aguardemos serenamente. O tempo é óptimo companheiro, Irmão.

 

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