segunda-feira, julho 11, 2005

Os atentados de Londres

Pode haver uma leitura numerológica dos atentados reinvidicados pela Al Qaeda?

Talvez possa.

Os aviões embateram nas torres gémeas de NY no dia 9 do mês 11, numeros que somados se transformam em 20.

Os atentados de Madrid ocorreram no dia 11 do mês 3, numeros que adicionados resultam em 14.

Os atentados de Londres ocorreram no dia 7 do mês 7, numeros que juntos redundam em 14.

Qual será a próxima sequência? 14 ou 20?

Esta é uma abordagem possível.

E porquê?...pela irracionalidade e barbárie dos próprios atentados. A escolha pode ser por sequência numerológica ou noutra sequência qualquer!...

Houve tempos em que, na Europa civilizada ocorreram chacinas vindas do interior do próprio Estado: veja o exemplo da Alemanha Nazi, da Italia fascista, da Grécia dos Coronéis, nomeadamente!

Houve tempos em que violentos atentados tinham origem em grupos de niilistas intelectuais e/ou anarquistas de várias origens. Nos finais do século XIX e primórdios do XX aconteceram vários fenómenos destes: na França, na Itália, na Russia czarista, em Portugal. Matavam-se reis, príncipes consortes (e com azar...), Presidentes de República e até Primeiros-ministros.

Em passado recente, os malefícios das Brigadas Vermelhas (Itália) e do Grupo de Bader Meinhof (Alemanha Federal), só para citar estes, colocaram a fragilidade desses Estados na ordem do dia.

Hoje, este fenómeno tem outros matizes e coloca-nos perante um inevitabilidade: os fundamentalistas do Islão (ou que dele se reinvidicam...) querem trazer a "guerra santa" para o interior das potências infiéis.

Que representa isto? Que voltamos à barbárie? Talvez.

O que ocorreu recentemente nos balcãs, entre croatas e sérvios, e jugoslavos, e montenegrinos e o que está a acontecer na Chechénea, é fenómeno de que ordem? Da barbárie, certamente!O que está a acontecer no Zimbabwé, como se pode classificar? De barbárie.

Mas o que está a ocorrer com os fundamentalistas islâmicos é de outra ordem. Querem confrontar a nossa civilização com aquela que está vertida no Corão e que é profundamente redutora. Querem, em bom rigor, regredir 1 000 anos! Isto é possível? Os fanáticos, os loucos lederes da Al Qaeda acreditam piamente que tal seja possível.

E como se comporta o dito Ocidente e a potência, a única, mundial, os EUA? Mal, muito mal mesmo. E sobretudo de um modo sobranceiro, unilateral e pouco inteligente. Parece que a actual liderança dos EUA se preocupa exclusivamente com o grupo de famílias que controla o Estado, as Forças Armadas e os grandes negócios (energia, aeroespacial, transportes, informática,etc).

Contra a barbárie - só a inteligência, a cultura, a ética e a competência militar defensiva pode funcionar como a muralha de Adriano, ao tempo do império romano ou da linha Maginot, ao tempo da primeira guerra mundial.

O que se está a tentar fazer, a partir das Nações Unidas e do G8, no que respeita à erradicação da fome em África, ao perdão das dívidas aos países pobres, às mudanças climáticas e às energias alternativas ao petróleo e ao gaz natural, podem indiciar que as potências mundiais estão a arregalar os olhos. Talvez.

O mundo parece que está totalmente desregulado.

É fenómeno circunstancial? Claro que não.

A história da "humanidade" está cravejada de guerras, de lutas pelo controlo do comércio, das riquezas naturais, dos territórios, dos recursos humanos e, até, de guerras pelo controlo das almas e das mentes: com a imposição de crenças, de religiões e até de comportamentos!

Como afirmava Erasmo de Roterdão: " A guerra é doce para quem não a experimentou".

Observe-se o que está a decorrer na actualidade no Iraque. A liderança dos EUA decidiu ocupar este país soberano, o mais laico dos países do Islão, para derrubar um bárbaro ditador.

Conseguiu tal desiderato, mas nesta altura, um ano depois de ter entregue formalmente o poder aos iraquianos - não conseguem retirar as suas tropas do território iraqui.

Solução? Encontrar os caminhos da Paz, da tolerância e preserverar num espirito verdadeiramente eucoménico - ao qual TODAS as lideranças (políticas, religiosas, económicas, culturais e sociais...) se devem unir e convergir, para derrotar todo o tipo de fundamentalismo genocida, que quer destruir o OUTRO para depois encontrar os inimigos dentro da sua própria fortaleza.

José Albergaria